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A Casa João Lúcio também designada como Chalé João Lúcio é um edifício admirável, um promontório entre pinheiros, ceú e mar. Constitui um dos maiores monumentos da arquitetura simbolista existente em Portugal. O seu criador , o poeta algarvio João Lúcio ( 1880-1918), formado em Direito, em Coimbra, estabeleceu-se como advogado em Olhão e mais tarde foi Deputado e Presidente da Câmara Municipal de Olhão, onde desenvolveu um trabalho de mérito relativamente à Educação, Saúde e Cultura locais. Inteligente, culto e com enorme capacidade oratória, era sobretudo um artista.

Situada na Quinta de Marim, a casa do poeta João Lúcio começa a ser construída por volta de 1916, sendo a obra interrompida com a sua morte, em 1918. O edifício apresenta uma original composição plástica, com expressão oitocentista na larga platibanda balaustrada e evocações neo-mouriscas nos vãos térreos e na arcaria do átrio.

A Casa João Lúcio é uma casa rotativa, de planta circular, desprovida de traseiras logo, também, de uma fachada principal. Nesta planta é o quadrado que fornece a dinâmica rotativa a toda a estrutura circular. A quadratura do círculo, presente em vários sistemas de pensamento, confere a esta casa, entre outros elementos, uma forte carga simbólica.

Os acessos realizam-se a partir de quatro escadas distribuídas pelos pontos cardeais: a escadaria a norte tem a forma de peixe, a sul de guitarra, a nascente de violino e a poente de serpente. Assim, o peixe representa a água, a guitarra o fogo, o violino o ar e a serpente a terra.

Os espaços interiores da casa são, neste momento, utilizados como galeria de exposições de fotografia, pintura e escultura e como espaço de informação e educação ambiental.